Arrependimento dói, consome, é quase um obsessor inconsciente do oculto de nossa mente dependente e carente. Às vezes até deprime. Não que eu tenha remorso de algo que tenha feito, pelo contrário: Sinto-me mal em não ter feito, em ter sido omissa e ter ficado calada quando meu coração me implorava para gritar; às vezes penso que não fiz por não querer me magoar mais e sofrer as conseqüências sozinha.
Quantas vezes deixei de fazer algo porque pensei que não seria correspondida à altura, pior, perdi o gancho pela frase não dita, pelo revide que não teria que ter acontecido, pela palavra proferida num momento de fúria, pela mágoa num momento inoportuno? Quantas vezes?...
Falo demais, escrevo excessivamente, muitas das vezes sem pensar no seu modo de interpretação e sem respeitar a vontade da minha própria consciência.
Vejo você como alguém que deseja o imediato e não projeta o futuro. Na verdade, protela seus problemas, empurra com a barriga suas dívidas morais e, raras vezes, faz um exame de consciência no final do dia. Você é alguém que tem medo de amar ou simplesmente se entregar. Acho que sua mente viaja constantemente, fazendo-o viver na abstração de sonhos, pelo medo de realizar, inovar e, declaradamente arriscar, ou quem sabe, perder e errar.
As nossas vidas simplesmente poderiam ser diferente...
Poderíamos ter outros rumos se não fosse a sua falta de atitude, comprometimento, maturidade, hombridade em dizer a verdade, em deixar o orgulho de lado, e ao menos tentar, ser leal consigo mesmo. Quem sabe assim as conseqüências fossem diferentes para nós dois!!... Mas isso é só uma especulação.
Acabamos nos esquecendo de nossa índole, de nossos valores, das nossas crenças e tradições, chegando a perder nossa identidade, nossa personalidade por nos anularmos.
Pecamos pela falta de humildade, vivemos de grandiosos clichês moralistas, chatos, que repetimos automaticamente no decorrer do dia, mas que não têm efeito nenhum no cotidiano. Repetimos ao léu, acreditamos num nada, no oco. Generalizamos demais, pensamos demais, e fizemos de menos. Poderíamos ter feito a tão falada "diferença". Afinal de contas, que história ousada que tivemos no princípio. Qualquer autor de novela apostaria num final feliz para nós dois.
Pois é! E assim estamos levando a nossa vida, achando que não dá pra fazer mais nada em prol de nós dois; que não dá pra corrigirmos um erro. Mas ainda há tempo de recuperar o que foi perdido, a confiança perdida, a amizade, o início da história, a frase entalada na garganta e o amor guardado, enclausurado num coração que ainda bate as mesmas emoções e desejos.
Covardia a nossa de nos martirizar desse jeito.
Covardia a nossa de nos martirizar desse jeito.
Qual de nós não sente aquele aperto no coração por não ter dito determinada coisa para o outro, sabendo, tempos depois, que "aquela palavrinha" faria uma tremenda diferença na ocasião?
Qual de nós, ainda, não queria voltar e sentir o arrepio na espinha, o frio na barriga e o salivar da língua ao tocar o outro?
Mas, já está tudo escrito, tudo feito, dito e redito. E você que me lê aí agora, poderia: ter falado e se calou; escutado, mas se fez de surdo; feito ao invés de esperar; amado, mas se iludiu e fugiu.
Mas foram essas a sua escolha!!
Mas foram essas a sua escolha!!
O que será que aconteceu com a gente??????
Poderia ter sido diferente...
Um comentário:
Nem sempre as melhores estórias de amor, paixão, sexo e tesão são as duradouras.
Sempre um dos dois põe tudo a perder por imaturidade ou medo.
A minha mais emocionante estória de arrepios na alma, também se perdeu e depois eu não quis mais encontrá-la.
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